Mesmo com toda a conscientização e a informação que todos nós recebemos diariamente sobre a necessidade de nos preocuparmos com o meio-ambiente, ainda geramos muito lixo. É inevitável: você compra um pacote de bolachas, e as três pilhas de bolachas vêm cada uma num invólucro plástico, que por suas vezes são envolvidos pela embalagem, e a gente simplesmente tem que jogar fora esse plástico todo. O problema é que a Constituição determina que a responsabilidade sobre o lixo é de cada município, e não existe qualquer uniformidade entre os municípios brasileiros sobre o que fazer com o lixo de seus habitantes.
Esse foi o tema do Participação Popular com o deputado e ex-prefeito de Curitiba Cássio Tanigushi (DEM/PR), com Sônia Maria da Silva, diretora-presidente da cooperativa de catadores de lixo 100Dimensão; com Sérgio Gonçalves, do Ministério do Meio Ambiente; com Wilson Olímpio de Lima e Vilson da Silva Farias, respectivamente síndico e morador de um condomínio de Brasília que faz por conta própria coleta seletiva, compostagem de lixo orgânico e venda de lixo reciclável. O exemplo que eles trouxeram foi explicado detalhadamente e serve de modelo para qualquer outra comunidade que queira implementar algo semelhante. O custo não é baixo -- são R$ 14.000 por mês só para pagar os 11 funcionários que cuidam do lixo do condomínio. Mas só a venda do lixo reciclável rende R$ 3.000 por mês. Lucro, não dá -- mas é o preço da consciência literalmente limpa.
Boa discussão sobre as responsabilidades dos governos das três esferas e sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que demorou 20 (eu disse VINTE) surpreendentes anos para ser aprovada na Câmara, mas que agora está no Senado e deve ser aprovada muito em breve. Dicas sobre como separar o lixo em casa, os problemas da falta de compromisso de governantes com o tratamento apropriado ao lixo, o mercado pouco concorrido de empresas de reciclagem... tudo isso fez parte do programa.
Em tempo, vale mencionar que as gravações de hoje marcaram a estreia de André Uesato como diretor do programa, no lugar de Frederico Sokolowski, que agora vai se dedicar ao núcleo de Jornalismo da TV Câmara. Houve alguns tropeços na primeira gravação, mas talvez você nem perceba o que aconteceu, e não foi nada fora do normal. Só o que atrapalhou de verdade foi o resfriado que peguei no fim de semana, e que deixou meu nariz (já pouco discreto) vermelho e congestionado durante o programa...
quarta-feira, 9 de junho de 2010
O apagão de mão de obra no Brasil
Quem diria: de falta de emprego à falta de gente para ocupar as vagas. Assim está o mercado brasileiro, com muitos setores e/ou regiões onde trabalho e oportunidades estão sobrando. Debatemos este assunto no Participação Popular com o deputado Vicentinho (PT/SP), com Alberto Araújo, assessor da diretoria geral do Senai; com Getúlio Marques Ferreira, diretor de Desenvolvimento da Rede Federal do Ministério da Educação; e com Daiane Rodrigues Aureliano, estudante de Jardinagem e Paisagismo que foi campeã das Olimpíadas de Conhecimento 2010 na modalidade de ensino técnico e vai representar o Brasil em um campeonato mundial na Grã-Bretanha.
A indústria sente falta de engenheiros e o interior do país precisa de mais médicos, mas não são apenas os profissionais de curso superior que estão faltando. Há uma demanda muito forte por profissionais técnicos básicos, como marceneiros, costureiras, torneiros mecânicos; e também pelos tecnólogos, que em um curso de nível superior se tornam extremamente especializados em um determinado serviço ou produto. Os participantes falaram das áreas mais carentes de trabalho, de como o Sistema S -- Senac, Sesi, Senai -- dá cursos para jovens iniciantes e também para profissionais que buscam uma atualização ou mais capacitação. Também foi destacado, inclusive por Daiane, que em geral as empresas pagam aos técnicos salários muito mais baixos do que os recebidos por quem tem nível superior, e que isso causa desinteresse dos técnicos. O debate certamente ficou muito interessante para quem está em busca de emprego ou de uma especialização no mercado.
A indústria sente falta de engenheiros e o interior do país precisa de mais médicos, mas não são apenas os profissionais de curso superior que estão faltando. Há uma demanda muito forte por profissionais técnicos básicos, como marceneiros, costureiras, torneiros mecânicos; e também pelos tecnólogos, que em um curso de nível superior se tornam extremamente especializados em um determinado serviço ou produto. Os participantes falaram das áreas mais carentes de trabalho, de como o Sistema S -- Senac, Sesi, Senai -- dá cursos para jovens iniciantes e também para profissionais que buscam uma atualização ou mais capacitação. Também foi destacado, inclusive por Daiane, que em geral as empresas pagam aos técnicos salários muito mais baixos do que os recebidos por quem tem nível superior, e que isso causa desinteresse dos técnicos. O debate certamente ficou muito interessante para quem está em busca de emprego ou de uma especialização no mercado.
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