quarta-feira, 9 de junho de 2010

Lixo: quem cuida dele?

Mesmo com toda a conscientização e a informação que todos nós recebemos diariamente sobre a necessidade de nos preocuparmos com o meio-ambiente, ainda geramos muito lixo. É inevitável: você compra um pacote de bolachas, e as três pilhas de bolachas vêm cada uma num invólucro plástico, que por suas vezes são envolvidos pela embalagem, e a gente simplesmente tem que jogar fora esse plástico todo. O problema é que a Constituição determina que a responsabilidade sobre o lixo é de cada município, e não existe qualquer uniformidade entre os municípios brasileiros sobre o que fazer com o lixo de seus habitantes.

Esse foi o tema do Participação Popular com o deputado e ex-prefeito de Curitiba Cássio Tanigushi (DEM/PR), com Sônia Maria da Silva, diretora-presidente da cooperativa de catadores de lixo 100Dimensão; com Sérgio Gonçalves, do Ministério do Meio Ambiente; com Wilson Olímpio de Lima e Vilson da Silva Farias, respectivamente síndico e morador de um condomínio de Brasília que faz por conta própria coleta seletiva, compostagem de lixo orgânico e venda de lixo reciclável. O exemplo que eles trouxeram foi explicado detalhadamente e serve de modelo para qualquer outra comunidade que queira implementar algo semelhante. O custo não é baixo -- são R$ 14.000 por mês só para pagar os 11 funcionários que cuidam do lixo do condomínio. Mas só a venda do lixo reciclável rende R$ 3.000 por mês. Lucro, não dá -- mas é o preço da consciência literalmente limpa.

Boa discussão sobre as responsabilidades dos governos das três esferas e sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que demorou 20 (eu disse VINTE) surpreendentes anos para ser aprovada na Câmara, mas que agora está no Senado e deve ser aprovada muito em breve. Dicas sobre como separar o lixo em casa, os problemas da falta de compromisso de governantes com o tratamento apropriado ao lixo, o mercado pouco concorrido de empresas de reciclagem... tudo isso fez parte do programa.

Em tempo, vale mencionar que as gravações de hoje marcaram a estreia de André Uesato como diretor do programa, no lugar de Frederico Sokolowski, que agora vai se dedicar ao núcleo de Jornalismo da TV Câmara. Houve alguns tropeços na primeira gravação, mas talvez você nem perceba o que aconteceu, e não foi nada fora do normal. Só o que atrapalhou de verdade foi o resfriado que peguei no fim de semana, e que deixou meu nariz (já pouco discreto) vermelho e congestionado durante o programa...

O apagão de mão de obra no Brasil

Quem diria: de falta de emprego à falta de gente para ocupar as vagas. Assim está o mercado brasileiro, com muitos setores e/ou regiões onde trabalho e oportunidades estão sobrando. Debatemos este assunto no Participação Popular com o deputado Vicentinho (PT/SP), com Alberto Araújo, assessor da diretoria geral do Senai; com Getúlio Marques Ferreira, diretor de Desenvolvimento da Rede Federal do Ministério da Educação; e com Daiane Rodrigues Aureliano, estudante de Jardinagem e Paisagismo que foi campeã das Olimpíadas de Conhecimento 2010 na modalidade de ensino técnico e vai representar o Brasil em um campeonato mundial na Grã-Bretanha.

A indústria sente falta de engenheiros e o interior do país precisa de mais médicos, mas não são apenas os profissionais de curso superior que estão faltando. Há uma demanda muito forte por profissionais técnicos básicos, como marceneiros, costureiras, torneiros mecânicos; e também pelos tecnólogos, que em um curso de nível superior se tornam extremamente especializados em um determinado serviço ou produto. Os participantes falaram das áreas mais carentes de trabalho, de como o Sistema S -- Senac, Sesi, Senai -- dá cursos para jovens iniciantes e também para profissionais que buscam uma atualização ou mais capacitação. Também foi destacado, inclusive por Daiane, que em geral as empresas pagam aos técnicos salários muito mais baixos do que os recebidos por quem tem nível superior, e que isso causa desinteresse dos técnicos. O debate certamente ficou muito interessante para quem está em busca de emprego ou de uma especialização no mercado.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Copa 2014 e Marco Regulatório da Internet

Primeiramente, quero me desculpar junto aos valiosos internautas que eventualmente acompanhem o nosso blog, por ter ficado quase um mês sem escrever. Após a última gravação -- e hoje também -- tive um problema devido às burocracias da Câmara: uma das gravações ocorre em um horário que cobre totalmente o período de 20 minutos que nós, funcionários da Casa, temos para bater o ponto (sim, exatamente, é eletrônico mas é a mesma coisa). O tal ponto é, em tese, a comprovação de que estamos trabalhando na casa durante a sessão noturna do Plenário. Mas e o que acontece quando estamos realmente trabalhando?? Enfim...

Hoje gravamos os programas das duas próximas semanas -- e, garanto, sem falsa modéstia mas sem exagero, estão absolutamente imperdíveis. O que vai ao ar na quinta 3 de junho, 21h30, debate a proposta do governo de criação de um Marco Regulatório Civil da Internet. Com os deputados Paulo Teixeira (PT/SP) e Júlio Semeghini (PSDB/SP); o secretário para assuntos legislativos do Ministério da Justiça, Felipe de Paula; com o advogado especialista em Direito digital Renato Coimbra, e o diretor do comitê de relações governamentais da ANJ Paulo Tonet Camargo. O debate foi quente, de verdade. As dúvidas sobre a proposta ainda são muito grandes. Eu, pessoalmente, não quero que alguém possa tirar do ar algo que eu tenha escrito, por mero acordo com o provedor de acesso ou de hospedagem do meu blog ou site. E isso ainda não está definido pelo tal marco.

O programa que vai ao ar no dia 11 de junho, véspera da abertura da Copa do Mundo, discute as preparações do Brasil para a Copa de 2014. Os convidados foram o deputado e ex-goleiro Afonso Hamm (PP/RS), o jornalista José Cruz (grande ex-colega da época de Correio Braziliense), o vice-presidente da CBF Weber Magalhães, o estudante e torcedor Diego Barros França e o secretário-executivo da Controladoria Geral da União, Luiz Navarro. Na pauta, os problemas de dispensar licitações (uma possibilidade caso os atrasos nas obras continuem), as preocupações quanto ao futuro dos estádios após a Copa... e, como não podia deixar de ser, alguns palpites sobre as chances da Seleção do Dunga!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Preconceito no mercado de trabalho

Ficou marcada em minha mente uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho, apresentada em 2007, que revelou: as categorias tradicionalmente discriminadas, como as mulheres, os negros e os homossexuais, têm sido gradualmente mais bem integradas e bem colocadas nas empresas; mas diferenças ainda existem e novas formas de preconceito estão cada vez mais fortes, especialmente contra os fumantes e os obesos. As várias formas de discriminação no mercado de trabalho, velhas e novas, foram o tema do Participação Popular que gravamos nessa quarta-feira para veiculação no dia 12 de maio. O presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara, deputado Alex Canziani, foi ladeado por Antônio Augusto Moraes, presidente do Sindivarejista/DF; por Jacira Silva, jornalista integrante do Movimento Negro Unificado e do Movimento de Mulheres Negras; José Arnaldo Guedes, secretário de trabalho do DF, e Carmen Cavalcanti, psicóloga e sócia-diretora da Rhaiz Soluções em Recursos Humanos.

Confesso que eu esperava um posicionamento mais conservador e corporativo desses participantes do setor empresarial -- afinal, normalmente quem faz exigências curriculares como "foto de corpo inteiro", "boa aparência" ou "não-fumante" não enxerga o próprio preconceito. Mas gostei de ver que a consciência sobre o problema, pelo menos, eles têm. O presidente do Sindivarejista falou sobre os eventos que são dirigidos ao empresariado para tratar do assunto; e a especialista em RH explicou o interessante conceito de que a inclusão de pessoas normalmente discriminadas resulta em mais lucro e mais abrangência para uma empresa. Ainda assim o debate foi muito intenso e caloroso, especialmente com as pungentes colocações da representante dos negros e das mulheres. Eu realmente espero que vocês gostem do programa!

Em tempo: depois da mudança de comando, o blog ficou meio à deriva por umas semanas. Mas a situação já está normalizada e eu, por ser apresentador do programa e mais afeito às cousas computacionais, fiquei designado para manter essa interface de contato. Nós todos do Participação Popular estamos, de verdade, muito interessados em saber o que nossos espectadores internautas têm a dizer, ainda mais nessem eio tão interativo que é a internet. Sugestões de assuntos ou de personagens para o programa são muito bem vindas, comentários sobre os programas também, e espero poder responder os comentários e bate-papos que acontecerem aqui. Estamos combinados?? Grande abraço!

O novo Código de Ética Médica

Que me desculpem os médicos honestos, os profissionais decentes, que ainda parecem ser maioria (ainda bem). Mas alguns absurdos que temos visto no cotidiano e no noticiário -- médicos que atuam em "parceria" remunerada com laboratórios e farmácias de manipulação, pacientes que sequer são olhados nos olhos em consultas que duram 3 minutos, pessoas que entram num hospital para fazer um cateterism e saem com uma perna amputada, falsos especialistas que exageram em diagnósticos para convencer seus pacientes a virarem clientes de suas terapias -- não podem nem devem ser tratados por nenhum termo melhor do que picaretagem. Os praticantes da má Medicina têm colocado em cheque toda a grande credibilidade que a classe ainda goza junto à sociedade.

A própria categoria médica percebeu isso e por isso passou dois anos elaborando um novo Código de Ética Médica, que finalmente entrou em vigor em abril e virou o tema do Participação Popular que vai ao ar no dia 5 de maio. Além das autações fraudulentas, o código também vem para regulamentar áreas recentes da Medicina que não eram previstas no código anterior, publicado em 1988. Gravamos o programa no dia 28 de abril, com o deputado e ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe, o presidente do Conselho Federal de Medicina Roberto D´Ávila, o professor de Cardiologia da Universidade de Brasília Paulo Cesar de Jesus e o estudante da mesma UnB Lucas Alves de Brito Oliveira, que está cursando o terceiro ano de Medicina. O professor de ensino médio Jhonny Viana trouxe seu relato dramático de uma pneumonia grave que foi irresponsavelmente diagnosticada como infecção urinária.

Não podíamos deixar de tratar a questão da "medicina picareta" e dos erros médicos, e o debate foi quente, passando por temas como as grandes limitações no ensino e no debate de ética e relações humanas nas faculdades de Medicina, a falta de uniformidade entre os códigos estudantis de Medicina de todo o país, e o problema da "superespecialização", apontada pelo deputado Saraiva Felipe como uma grande causa de mau atendimento em plantões hospitalares. Garanto: para quem gosta da área de Saúde, o debate ficou imperdível. Outra vez: estreia na quarta 5 de maio, às 21h30 (se o Plenário deixar, é claro). A gente se vê! ; )

sexta-feira, 12 de março de 2010

MUDANÇAS


O Participação Popular muda de comando. A partir da semana que vem, os programas serão coordenados pelo Carlos Henrique Novis, o Caíque. Ele já dirigiu vários programas na tv aberta e fechada.

O próximo programa será sobre a PEC 300, que propõe equiparação do salário dos policiais militares de todo o país. Segundo a Agência Câmara, os deputados aprovaram a emenda constitucional que atenderá policiais e bombeiros, semelhante à PEC original vinda do Senado (446/09). As principais diferenças são a diminuição do prazo para implementar o piso, que passa de um ano para 180 dias; e a previsão de um piso nacional provisório até que seja editada a lei.

Esse piso transitório será de R$ 3,5 mil para os policiais de menor graduação (soldados, no caso da PM) e de R$ 7 mil para os oficiais do menor posto.

A emenda aprovada, assim como a PEC original do Senado, determina que a remuneração será paga na forma de subsídio. Nessa sistemática, não há soldos ou gratificações e sim apenas um valor único, adicionado de valores não tributáveis, como auxílio-alimentação, auxílio-creche e vale-transporte ou diárias.

terça-feira, 9 de março de 2010

UMA HISTÓRIA QUE COMEÇA EM 1934


No Brasil a discussão sobre licença maternidade começou em 1934, a princípio concedendo 28 dias de licença para a mulher. Muita coisa mudou nesse tempo todo, hoje a medicina comprova que os bebês que são amamentados tem um desenvolvimento na saúde superior aos outros. E segundo Marcelo Nery, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, cada dólar aplicado em crianças de 0 a 1 ano, no futuro se resgata 17 dólares.

No programa que estréia amanha, quarta-feira, sobre licença maternidade o representante dos empresários reclama que o custo da licença ainda é alto para as empresas, principalmente porque não há ressarcimento dos encargos sociais da funcionária. Mas para os deputados, o que falta é uma postura compreensiva dos empresários, de responsabilidade social. Para a deputada Iriny Lopes ( PT ES, ainda falta esse compromisso das empresas com o futuro do país.