Que me desculpem os médicos honestos, os profissionais decentes, que ainda parecem ser maioria (ainda bem). Mas alguns absurdos que temos visto no cotidiano e no noticiário -- médicos que atuam em "parceria" remunerada com laboratórios e farmácias de manipulação, pacientes que sequer são olhados nos olhos em consultas que duram 3 minutos, pessoas que entram num hospital para fazer um cateterism e saem com uma perna amputada, falsos especialistas que exageram em diagnósticos para convencer seus pacientes a virarem clientes de suas terapias -- não podem nem devem ser tratados por nenhum termo melhor do que picaretagem. Os praticantes da má Medicina têm colocado em cheque toda a grande credibilidade que a classe ainda goza junto à sociedade.
A própria categoria médica percebeu isso e por isso passou dois anos elaborando um novo Código de Ética Médica, que finalmente entrou em vigor em abril e virou o tema do Participação Popular que vai ao ar no dia 5 de maio. Além das autações fraudulentas, o código também vem para regulamentar áreas recentes da Medicina que não eram previstas no código anterior, publicado em 1988. Gravamos o programa no dia 28 de abril, com o deputado e ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe, o presidente do Conselho Federal de Medicina Roberto D´Ávila, o professor de Cardiologia da Universidade de Brasília Paulo Cesar de Jesus e o estudante da mesma UnB Lucas Alves de Brito Oliveira, que está cursando o terceiro ano de Medicina. O professor de ensino médio Jhonny Viana trouxe seu relato dramático de uma pneumonia grave que foi irresponsavelmente diagnosticada como infecção urinária.
Não podíamos deixar de tratar a questão da "medicina picareta" e dos erros médicos, e o debate foi quente, passando por temas como as grandes limitações no ensino e no debate de ética e relações humanas nas faculdades de Medicina, a falta de uniformidade entre os códigos estudantis de Medicina de todo o país, e o problema da "superespecialização", apontada pelo deputado Saraiva Felipe como uma grande causa de mau atendimento em plantões hospitalares. Garanto: para quem gosta da área de Saúde, o debate ficou imperdível. Outra vez: estreia na quarta 5 de maio, às 21h30 (se o Plenário deixar, é claro). A gente se vê! ; )
quarta-feira, 28 de abril de 2010
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